Tecnologia Blockchain pode evitar produtos de origem ilegal

Um estudo apresenta a tecnologia blockchain como uma forma de rastrear eletronicamente a madeira enquanto ela viaja da floresta para o produto final, utilizando um sistema de infotracing (sistema de rastreamento de informações) e tecnologia de Identificação de Frequência de Rádio (RFID) que retém os registos de forma segura, descentralizada e distribuída.

Os investigadores simularam toda uma cadeia de abastecimento de madeira numa região do sul da Itália, desde 10 castanheiros até aos seus produtos finais, usando a tecnologia blockchain para rastrear eletronicamente a madeira.

As 10 árvores foram marcadas com etiquetas RFID e cortadas para formar 48 toros. Essas porções cortadas eram novamente, etiquetadas e então transportadas para serem processadas. Estes foram transformados em produtos, etiquetados com códigos RFID e QR e vendidos aos consumidores. As etiquetas continham informações como datas importantes, localização, espécie, comprimento do tronco, qualidade da madeira e número de toros derivados por árvore-mãe.

A tecnologia blockchain conecta os vários registos com carimbo de data/hora para formar uma cadeia linear e interligada. Estes registos não podem ser alterados, tornando estes sistemas altamente seguros e resistentes à manipulação.

Assim, existe a possibilidade de haver uma monitorização global e georreferenciamento em tempo real, otimizando as operações em termos de tempo, materiais e custo. Esta tecnologia também pode ajudar a definir com precisão as áreas de interesse e quantidades, tamanhos e espécies de madeira para o mercado europeu, ou identificar a presença de materiais particularmente valiosos.

Todo este sistema de monitorização é importante para produtos de madeira, especialmente para verificar a sua origem, evitando produtos de origem ilegal. Um sistema tão transparente pressionaria fortemente o corte ilegal, ajudaria a indústria a gerir transações de forma eficiente e poderia levar à sustentabilidade económica, dado que os fabricantes de madeira estão dispostos a pagar um prémio de 2-3% por madeira certificada.