Setor da construção recupera no 1º Q apesar de constrangimentos

O mercado mundial de construção parece estar em forte recuperação no primeiro quadrimestre de 2021 com as previsões para a economia mundial a serem revistas em alta.

Contudo, parece haver uma grande quantidade de fatores que estão a afetar o estado dos mercados de construção em várias geografias. O grau de dispersão provavelmente aumentará nos próximos meses, dado que as perspetivas económicas são altamente alavancadas no sucesso ou fracasso dos lançamentos nacionais de vacinas.


  Índice de atividade na construção

 


Relativamente à América ocorreu um aumento no segmento das infraestruturas/obras públicas, mas sucedeu um aumento ainda maior no segmento não residencial – privado, em especial nos EUA. No Canadá, já existia um bom impulso nos últimos 3 meses em relação ao mesmo segmento, mas a expectativa para os próximos 12 meses é de crescimento também no setor residencial-privado e não residencial-privado.

No continente asiático, o segmento das infraestruturas/obras públicas é o que mais cresceu, motivado pela China e Austrália. Isto impulsiona a contratação de pessoal, em especial na China, Austrália e Nova Zelândia, sendo apenas expectável que diminua na Malásia e Coreia do Sul. Mercados mais dependentes de mão de obra migrante, como a Índia e Singapura, um dos maiores constrangimentos é a escassez de trabalhadores, o que por sua vez faz aumentar o custo da mão de obra.

Na Europa, a atividade aumentou, exceto em Espanha. É expectável que a taxa de emprego neste setor aumente na maioria dos países nos próximos 12 meses, exceto em Espanha e Portugal.

Já no Médio Oriente e África, apenas o Egipto e a Arábia Saudita apresentam crescimento na atividade de construção. Da mesma forma, o único país que apresenta taxa de empregabilidade positiva neste setor é o Egipto, sendo também expectável que aumente na Arábia Saudita e Nigéria, contrariamente ao que acontece em África do Sul, Omã e Quénia.

Alguns constrangimentos envolvem fechos de fronteiras no início do primeiro confinamento que fizeram aumentar o preço de materiais, que se fez notar por todos os mercados. Procura insuficiente, restrições financeiras ou falta de RH qualificados são outras das grandes limitações neste mercado.

Se por um lado o mercado está a recuperar, por outro as empresas estão a ser cautelosas para expandir o seu negócio. Apesar do setor da construção civil ter-se mostrado resiliente à pandemia Covid-19, existe um claro clima de incerteza uma vez que o comportamento do atual surto pandémico e a possibilidade de ressurgimento de medidas restritivas têm impactos muito significativos no conjunto da atividade económica.